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Resto de construção civil vira tijolo ecológico e gera renda na Cidade Estrutural


fonte: https://bsbtimes.com.br/2021/07/07/resto-de-construcao-civil-vira-tijolo-ecologico-e-gera-renda-na-cidade-estrutural/
categoria: Meio Ambiente

julho 7, 2021
 

Cooperativa da Estrutural recebe os resíduos do SLU e fabrica o produto. Produção pode alcançar até 10 mil unidades por dia

 

Produzir tijolo à base de restos da construção civil. A ideia surgiu ainda em 2014 pelo morador da Estrutural e diretor do Instituto Mover a Vida, Paulo Batista, e agora, com apoio do Governo do Distrito Federal, começa a ganhar força para se tornar uma realidade.

Em um galpão do Scia, cedido pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) em junho deste ano, as duas máquinas de prensagem já foram instaladas e começaram a produzir os primeiros tijolos a partir da areia recebida na Unidade de Recebimento de Entulhos (URE).

O idealizador do projeto agora trabalha para formalização da cooperativa “Prosperar” e já conta com uma lista de pelo menos 40 pessoas interessadas em participar da iniciativa. As duas prensas instaladas têm capacidade de produzir até 10 mil tijolos por dia. Atualmente, com trabalhadores das cooperativas Cooperar Brasil e Sonho de Liberdade, já são produzidos no local cerca de 2 mil tijolos por dia.

O material bruto chega da URE, passa por uma peneira e vai para uma das prensas. Depois de preparados, os tijolos levam sete dias para secar e ficam prontos para uso em construção. De acordo com Paulo Batista, estudos técnicos apontam que o material tem excelente isolamento térmico e acústico, além de resistência superior aos tijolos comuns.

“A ideia é ampliar essa produção. Já temos selo do Inmetro atestando a qualidade do produto, fizemos a patente, com ajuda de uma assessoria jurídica, e queremos agora buscar escoamento para essa produção.

Seja produzindo tijolos para contribuir com habitação social, seja comercializando para grandes empresas, queremos fazer desse projeto uma fonte de renda e trabalho para famílias da Estrutural”, explica Batista.

A Unidade de Recebimento de Entulho recebe, por dia, cerca de 5 mil toneladas de material da construção civil. Parte vira brita, areia e, agora, tijolo.

Além do aspecto social, o projeto tem forte apelo ambiental, pois evita a retirada de matéria-prima da natureza para produção de insumos e reaproveita resíduos da construção civil que seriam aterrados na URE. Para permitir a doação desse material, uma Instrução Normativa foi publicada pelo SLU em junho desse ano, facilitando esse procedimento.

De acordo com o documento, “os agregados reciclados de resíduos da construção civil poderão ser doados para órgãos e entidades da administração pública, de qualquer esfera de governo, desde que situados no âmbito do Distrito Federal, às cooperativas de catadores de material reciclável e às instituições sem fins lucrativos do Distrito Federal”. A instrução ainda ressalta que a doação será permitida apenas para fins de interesse público ou interesse social.

O presidente do SLU, Silvio Vieira, ressaltou a importância do reaproveitamento de material. “A URE recebe, por dia, cerca de 5 mil toneladas de material da construção civil. Parte desse material é transformado em britas, do tipo 1, 2 e 3, além de areia. Esse material costuma ser utilizado basicamente na construção de obras públicas e agora vai poder ser aproveitado em outras coisas, como a construção de tijolos ecológicos. É uma excelente iniciativa”, declarou.

Tijolos já contam com selo de qualidade do Inmetro e têm patente; só falta escoar a produção | Fotos: Divulgação/SLU


Tijolos já contam com selo de qualidade do Inmetro e têm patente; só falta escoar a produção | Fotos: Divulgação/SLU

A administração do Scia/Estrutural é uma das incentivadoras dessa ideia. “Sempre apoiamos o projeto tijolo solidário, pois acreditamos que ele trará grandes benefícios para a população. Na área social, vai ajudar as nossas famílias carentes, com geração de empregos e construção de casas, através de mutirão. É um projeto que veio trazer dignidade para os nossos moradores”, afirma a administradora Vânia Gurgel.

Mônica Pedroso, Agência Brasília

 
 

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