fonte: Ecycle
categoria: Meio Ambiente
Imagem de Chris Abney no Unsplash PUBLICIDADE
Por IPAM Amazônia — O desaparecimento de plantas medicinais e de árvores usadas pelo povo Kuikuro na construção de casas chamou a atenção de pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e da UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia) que estiveram no Território Indígena do Xingu (TIX) entre 13 e 17 de dezembro, em Mato Grosso. Indígenas relataram preocupação com as espécies nativas, que estão ficando cada vez mais difíceis de serem encontradas. Para os cientistas, o “sumiço” é uma consequência da degradação causada por incêndios florestais na região, uma vez que estas espécies são vistas somente em áreas não afetadas pelo fogo.
A expedição foi realizada a convite dos bolsistas do IPAM, o ancião e conhecedor de espécies locais, Airi Kuikuro, e os jovens Diego Kuikuro e Kahuluhi Kuikuro, todos moradores da aldeia Afukuri, localizada às margens do rio Xingu no TIX, município de Querência, Mato Grosso. O trabalho integra o projeto “O fogo no Xingu: determinantes e efeitos sobre a vegetação e recursos de importância socioambiental”, financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelo PrevFogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais). Floresta empobrecida Os bolsistas mapearam as principais espécies de árvores utilizadas pela comunidade, registrando seus nomes indígenas e se tais espécies são vulneráveis ao fogo. Um dos objetivos da expedição científica foi relacionar o conhecimento tradicional indígena ao conhecimento científico sobre o fogo, o que passa pela identificação dos nomes científicos de cada uma das espécies de árvores presentes em florestas queimadas e em florestas não queimadas. PUBLICIDADE
O vice-coordenador destaca ainda a alta simplificação da vegetação atingida pelo fogo, o que faz com que espécies antes comuns e de uso tradicional dos indígenas desapareçam das áreas atingidas pelo fogo. Em locais de floresta amazônica já queimados, os pesquisadores observaram uma vegetação “mais pobre”, com predominância de espécies de crescimento rápido como Tachigali vulgari e Mabea fistrulifera. Já na floresta não queimada, registraram maior quantidade de árvores grandes e riqueza de espécies. Em áreas de Cerrado, o grupo coletou dados de espécies variadas. Todas as informações estão sendo processadas pelos cientistas.
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