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Lixo: Grupo planeja implantação das bicicletas coletoras Ciclolix em SP

Um projeto que dá bicicletas coletoras
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/maragama/2015/02/1589461-lixo-grupo-planeja-implantacao-das-bicicletas-coletoras-ciclolix-em-sp.shtml
categoria: Pontos de Coleta

Um projeto que dá bicicletas coletoras -as Ciclolix-, visibilidade e reconhecimento para catadores de resíduos, amplia a comunicação da população com os agentes ambientais e faz espetáculos educativos incentivando a reciclagem deve chegar a São Paulo nos próximos meses.

A idealizadora do Relix, programa já experimentado em Recife (PE), onde foi lançado em setembro de 2014, esteve na cidade para apresentá-lo ao prefeito Fernando Haddad (PT), ao novo secretário de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, e a um grupo de especialistas da área de resíduos.

O Relix é "um conjunto de ações que une arte, educação e tecnologia e que tem a meta do lixo zero", segundo sua idealizadora, Lina Rosa Vieira. "Não dá para reverter a situação atual do lixo e do desperdício sem envolver toda a população", diz.

Para adaptá-lo a São Paulo, o grupo Relix fará uma avaliação geográfica, logística e de recursos humanos na cidade. Uma das ideias é integrar as Ciclolix à rota que leva às centrais mecanizadas de reciclagem inauguradas no ano passado, para que as bikes ajudem a aumentar o fluxo de resíduos processados ali. A largura da Ciclolix também deve ser reduzida, para que ele possacircular nas ciclovias.

Com a susbtituição das carroças movidas a tração humana pelas Ciclolix, é criado um ciclo menos primitivo e sofrido na complexa cadeia do lixo na cidade.

Além da diferença da postura física _o catador está sentado, numa posição menos danosa ao corpo e mais protegida _ o projeto investe na mudança da imagem social dos coletores. O que se quer é aumentar a visibilidade e o reconhecimento de sua função como trabalhador da cidade.

O kit básico da Ciclolix inclui a bicicleta com gradil metálico, em cores fortes e com sinalizações de segurança, camiseta e chapéu. Como o projeto é participativo, as configurações podem mudar dependendo da demanda dos catadores.

Em Recife, por exemplo, a primeira proposta da Ciclolix era uma bicicleta com dois lugares, capacidade de 1 tonelada, gradil separado em nichos, amassador de papel, amassador de latinha e motor. Depois de dois meses de avaliação por um grupo de 25 catadores, o modelo aprovado foi de apenas um assento, capacidade de meia tonelada e amassador de latinha. Os catadores quiseram eliminar o motor para evitar a necessidade de manutenção.

Foram feitas e entregues 100 unidades a 25 cooperativas pernambucanas em 2014. O projeto foi bancado pelo Sesi. Como só há ciclofaixas aos domingos e feriados em Recife, as Ciclolix circulam na pista comum. O projeto deve seguir neste semestre com a construção de mais 100 unidades, incorporando sugestões dos catadores que já estão usando os veículos.

O braço educativo do projeto Relix é o Espetaculix. Em Recife, foram 155 apresentações teatrais em escolas públicas, estaduais e municipais, indústrias e parques, atingindo 45 mil pessoas, em três meses, segundo os cálculos dos organizadores.

As encenações, com bonecos e atores, são baseadas em argumentos sobre os 5Rs - reduza, reuse, recuse, recicle e repense. Para as indústrias, há um programa especial sobre logística reversa.

Ao fim de cada apresentação, são distribuídas cartilhas sobre reciclagem com orientações para facilitar que estudantes e trabalhadores passem adiante as informações.

O mesmo conteúdo está disponível no app Relix, que usa do GPS do celular para indicar a cooperativa de recicláveis mais próxima e acioná-la para coleta domiciliar pelo telefone. O aplicativo tem também um sistema de pontuação que contabiliza as idas aos pontos de reciclagem. Foi lançado em setembro de 2014 em 12 cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) e está disponível para Apple e Android (atenção, com dados apenas de Recife).

Para dar mais visibilidade aos catadores, foi feita a Expolix, uma mostra fotográfica que registrou o cotidiano deles. "Acabar com a invisibilidade do lixo e de todo o trabalho que dá processá-lo depende também de modificar a imagem que o catador tem na sociedade", diz Lina Rosa.

"O Relix quer deixar um resíduo cultural de longa duração na cidade". Para 2016, Lina Rosa sonha com mais uma ampliação do Relix. "No Carnaval que vem, quero ver o Blocolix, praticando e divulgando a ideia do lixo zero". 
Mara Gama 

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