Um agenda de sustentabilidade
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff apresentou, neste domingo (27), na Conferência da ONU para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, os compromissos ambientais e climáticos que o Brasil assumirá para 2030.
O anúncio ocorre a dois meses da 21ª Conferência do Clima (COP 21), em Paris, que terá como principal objetivo costurar um novo acordo mundial diminuir a emissão de gases de efeito estufa a fim de limitar o aumento da temperatura global em 2ºC até 2100.
As promessas brasileiras contemplam mudanças importantes para áreas de uso da terra e florestas, agropecuária, energia e eficiência.
Até 2025, o Brasil promete reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa. Para 2030, a ambição é chegar a uma redução de 43%.
Dilma, que vem enfrentado pressões por conta de uma economia nacional vacilante, observou que o Brasil foi um dos poucos países em desenvolvimento a se comprometer com uma meta de redução de emissões absoluta.
"Temos uma das maiores populações e PIB do mundo e nossas metas são tão ou mais ambiciosas que aquelas dos países desenvolvidos", declarou, ressaltando que o país "tem feito grande esforço para reduzir as emissões, sem comprometer nosso desenvolvimento social e econômico".
Seguno estudo recente, a economia brasileira poderá gerar até R$ 609 bilhões a mais de Produto Interno Bruto (PIB) que o projetado no período de 2015 até 2030, caso o país adote medidas ambiciosas de redução das emissões de gases ligados ao processo de aquecimento global.
Grupos ambientalistas que acompanham a política climática aplaudiram as metas de redução absoluta do Brasil, mas com ressalvas.
"Embora insuficiente do ponto de vista do que seria a contribuição justa do Brasil para evitar que se ultrapasse o limite de 2 graus Celsius de aquecimento neste século, a meta brasileira é uma das mais ambiciosas apresentadas até agora. A presidente Dilma demonstra, com seu anúncio, que o Brasil quer deixar o grupo de países que fazem parte do problema para integrar o grupo dos que buscam a solução", disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace Internacional, elogiou o plano do Brasil, mas questionou por que o plano prevê um prazo até 2030 para a acabar com o desmatamento ilegal.