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Empresário ganha R$ 6,5 milhões reciclando fraldas usadas e cápsulas de café

A Boomera também coordena postos de coleta de embalagens e recentemente comprou marca de lonas
fonte: http://revistapegn.globo.com/
categoria: Meio Ambiente

   Processos de reciclagem podem ir muito além do uso de latas de metal, garrafas de vidro e papel. Por exemplo, é possível reaproveitar produtos como fraldas e cápsulas de café usados. É o que faz a Boomera, empresa especializada em processos inovadores de reciclagem. 
   A empresa existe desde 2011, mas nasceu com outro nome: WiseWaste. Em maio deste ano, após comprar uma fábrica de lonas, houve a mudança para o nome atual.
No começo de sua trajetória, o carro-chefe da Boomera era criar processos de reciclagem para as embalagens de outras empresas.
Hoje, este tipo de trabalho continua, mas outras atividades foram adicionadas ao portfólio da empresa.
   Atualmente, além das fraldas e cápsulas, a Boomera recicla embalagens de produtos como tintas, chocolate, shampoo, macarrão instantâneo e iogurte. A empresa também está finalizando um processo de reciclagem de EVA, um polímero plástico, a pedido de fabricantes de tênis.
Em 2014, uma nova oportunidade surgiu para a Boomera, trazida pela efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que repassou às fabricantes a responsabilidade sobre o descarte de seus produtos e tem o objetivo de erradicar os lixões do país.
Com a mudança, a Boomera começou a cuidar de postos de coleta de supermercados. O Pão de Açúcar é seu maior cliente neste setor – 26 unidades têm coletores administrados pela empresa.
Outra atividade da empresa é relacionada a cooperativas de catadores, que são contratadas por empresas para coletar embalagens e cumprir a nova política de resíduos. “Somos contratados para melhorar as condições de trabalho, saúde e segurança das cooperativas e fazer treinamento com os catadores”, diz Brammer.
   A empresa mudou de nome no mês passado, após adquirir a operação brasileira de lonas impermeáveis da Bemis, empresa americana criada em 1858 e especializada na fabricação de embalagens. O principal produto da fábrica adquirida é a marca de lonas Carreteiro. O valor da transação não foi revelado.
   Com a aquisição, surgiu a necessidade de mudar o nome da empresa. “Nascemos como um negócio de reciclagem, mas com a compra da operação de lonas, expandimos o nosso ramo de atuação. Não fazia mais sentido ter uma empresa com o nome ‘waste’, que significa lixo em inglês”, diz o paulista Guilherme Brammer, 40 anos e fundador do negócio.
   Na hora de pensar em um nome novo, inspirou-se na Austrália. “Na língua dos aborígenes, existe uma palavra chamada ‘woomera’, que significa alavanca e simboliza o crescimento que desejamos ter. O país também é conhecido pelos bumerangues, que vão e voltam e têm a ver com o nosso trabalho de reciclagem. Juntamos os dois conceitos e rebatizamos o negócio de Boomera”, afirma Brammer.

A Boomera transforma resíduos em resina plástica que pode virar outros materiais (Foto: Divulgação)
A Boomera transforma resíduos em resina plástica que pode virar outros materiais (Foto: Divulgação)

   Com a compra, a Boomera se tornou a dona da antiga fábrica de lonas da Bemis. Localizada em Cambé (PR), a propriedade permitirá que a empresa cresça mais. “Antes da compra, nós transformávamos as embalagens em uma resina, que era revendida a empresas que transformavam o material em outros produtos. Agora, com a fábrica, nós mesmos vamos conseguir fazer isso”, afirma Brammer.
   No total, a Boomera tem hoje 290 clientes, dentre “desafios” para criar processos de reciclagem de novos materiais, gestão de postos de coleta e capacitação de cooperativas de catadores. Dentre eles, além do Pão de Açúcar, destacam-se nomes como Nestlé, Unilever, Kimberly Clark, BRF, Braskem, Nissin e Danone. No ano passado, a empresa faturou R$ 6,5 milhões.
   As metas para os próximos anos são bastante ousadas. Em 2017, a Boomera planeja atingir um faturamento de R$ 20 milhões. Em 2020, a meta é chega a R$ 100 milhões de receitas. “Agora que temos a fábrica, estamos nos preparando para um grande salto”, diz o fundador da empresa.

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