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categoria: Meio Ambiente
O homem ainda nem pisou em Marte, mas já poluiu o planeta vizinho com mais de 7 toneladas de lixo deixados em sua superfície. O alerta foi dado em artigo assinado por Cagri Kilic, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Virginia, nos EUA. Ele fez o cálculo a partir da massa de tudo que já foi enviado da Terra em missões marcianas, chegando ao resultado subtraindo do total o peso dos equipamentos que seguem em operação.
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De acordo com o artigo de Kilic, publicado no site The Conversation, a soma de todos os equipamentos já enviados a Marte chega a 9,97 toneladas de massa. Atualmente, os dispositivos em funcionamento pesam 2,86 toneladas. Subtraindo esse peso, então, ele chegou às 7,119 toneladas de lixo deixados por nós no planeta vizinho. “Os detritos em Marte têm três origens: equipamentos descartados, dispositivos inativos e naves que colidiram com o solo na aterrissagem”, explica o pesquisador. Viu isso? Brasileiro de 9 anos cria coletor de lixo espacial e é premiado na Europa
A cronologia do estudo remonta a 1971, quando a então União Soviética enviou a sonda Marte 2, que acabou destruída durante o processo de aterrissagem, deixando, assim, os primeiros detritos em solo marciano. Desde então, outras 14 missões já levaram 18 objetos para o planeta. Não é incomum que equipamentos atuais descubram esses resíduos em expedições, como aconteceu recentemente com o astromóvel Perseverance ao encontrar uma manta termal que restou de seu próprio pouso. Olha só: Nasa paga 1 milhão de dólares por ideias sobre como alimentar astronautas em Marte
Além dos detritos, atualmente existem 9 equipamentos de grande porte desativados na superfície do planeta: a sonda Mars Pathfinder e o rover Sojourner, por exemplo, pousaram em Marte em julho de 1997, mas perderam contato com a Terra dois meses depois. Também estão “desligados” no planeta as sondas soviéticas Marte 3 e Marte 6, as naves Viking 1 e 2 e as sondas Phoenix, Spirit e Opportunity, da Nasa, o veículo Sojourner, também da agência norte-americana, e a nave britânica Beagle 2. Saiba mais: Astrocolonialismo: como as big techs estão roubando o céu da humanidade
A maior preocupação com o lixo deixado em Marte é a possível ameaça que representa às missões atuais e futuras, bem como a possível contaminação de amostras recolhidas no planeta. Engenheiros da Nasa atualmente estudam se o robô Perseverance pode ser danificado pelo lixo, mas sugerem que o risco é baixo. “O real motivo pelo qual os detritos em Marte são importantes é pelo seu lugar na história. As naves e suas partes são os primeiros marcos da exploração planetária humana”, escreve Kilic. “A maioria está intacta e talvez elas possam ser consideradas mais como relíquias históricas do que lixo”, conclui. |