fonte: https://noticias.ambientalmercantil.com/06/03/2023/reciclagem-brasil-quer-reciclar-20-de-seus-residuos-solidos-secos-ate-2040-mas-hoje-trata-apenas-4/
categoria: Meio Ambiente
Março de 2023 – O Brasil produziu no ano passado 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), segundo o estudo Panorama dos Resíduos Sólidos 2022, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Estima-se, com base em dados deste mesmo estudo em 2021, que pouco mais de 30% desse volume seja composto por materiais recicláveis, o equivalente a 24 milhões de toneladas de resíduos que poderiam passar por esse processo. Mas outro estudo, este feito pela associação International Solid Waste Association (ISWA), aponta que reciclamos apenas 4% de todo o lixo que poderia ser reaproveitado.
O percentual está bem abaixo do que é praticado por países com renda e grau de desenvolvimento econômico semelhante ao nosso, como Chile, Argentina e África do Sul, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da ISWA.
Apesar desse baixo volume de resíduos reciclados, o Brasil tem uma meta ousada a ser alcançada até 2040: reciclar de 20% de todo o seu resíduo sólido seco.O objetivo está previsto no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), o principal instrumento previsto na Lei, que estabelece as estratégias, diretrizes e metas para o setor. Mas se depender de iniciativas como da Marajoara, indústria de laticínios localizada na cidade de Hidrolândia (a 36 quilômetros de Goiânia) essa meta poderá ser alcançada.
Há doze anos a indústria mantém uma parceria de sucesso com a Copel Recicláveis. Juntas, as duas empresas gerenciam uma central de reciclagem exclusiva para a coleta e pré-tratamento de resíduos sólidos secos da Marajoara, o que inclui papel, papelão, plásticos e embalagens longa vida. De acordo com o diretor de operações da Copel, Roberto Domingos Junior, a central montada no terreno onde está a sede da Marajoara serve para dar uma destinação ambientalmente sustentável para os os resíduos pós-industriais.
Ao todo são oito toneladas mensais de material reciclável que é coletado, armazenado e transformado em mercadoria para as indústrias de reciclagem..
Para o gestor de compras da Marajoara, Vinícius Junqueira, além de trazer grandes ganhos ambientais com a redução da poluição, a central de reciclagem exclusiva para a indústria traz uma redução significativa dos custos de transporte e operacionalização desse material.
Central de reciclagemO diretor de operações da Copel explica que os resíduos normalmente chegam à Central de Reciclagem da Marajoara todos misturados.
Após a separação, é feita a prensagem com uso de equipamento industrial de alta potência força/ton/hora.
Resíduos de embalagens já separados, na fila para serem prensados – Crédito: Roberto Júnior ELV descartadas pela produção são colocadas na prensa hidráulica para serem enfardadas – Crédito: Roberto Júnior Após esses processos, por fim, todo esse material é transformado em matéria-prima secundária, pronta para ser reutilizada.
Outras iniciativasMas a central de reciclagem é apenas uma das iniciativas de sustentabilidade postas em prática pela Marajoara. O gestor da empresa lembra de outros dois projetos, que inclusive já foram premiados: a biomassa gerada pela Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da indústria e que é usada como fertilizante para pequenos produtores cadastrados; e o projeto de Fertirrigação que destina toda a água tratada para irrigação de pasto e reabastecimento do lençol freático.
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