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Compostagem: Como fazer seu próprio composto orgânico


fonte: Jardineiro.net
categoria: Composto Orgânico

 
 
 

1º parte

 

    A compostagem é a transformação da matéria orgânica bruta, num produto facilmente assimilável pelas plantas, através de um processo eficiente de decomposição executado por microorganismos. O composto orgânico dá a possibilidade de cultivar plantas saudáveis e fortes, sem ter que recorrer a fertilizantes químicos.

    Para produzir seu próprio composto, você não necessita de uma grande área. O tamanho mínimo ideal para uma pilha de composto orgânico é de 1 metro cúbico. Se tiver menos do que isto, a pilha poderá não acumular calor suficiente, energia essencial para que o processo se desenvolva de maneira satisfatória. Para produzir seu próprio composto, você não necessita usar estercos.

    Para ter manter uma horta orgânica ou jardim saudáveis você vai necessitar apenas de uma pequena quantia de composto orgânico. Seria impossível este cultivo sem o retorno da matéria orgânica ao solo. Quando o solo é coberto pelo composto, você esta colocando uma grande quantidade de matéria orgânica. Este material vai estimular e desenvolver os microorganismos benéficos do solo, que irão lentamente liberar nutrientes para as plantas, dando a elas aquilo que necessitarem. Além disso, o composto também altera a estrutura do solo, deixando ele mais arejado, permeável e com boa capacidade de retenção de água. Assim, o ambiente físico para o crescimento das raízes também é favorecido pela adição do composto. Um solo argiloso e pesado fica mais permeável, assim como um solo arenoso torna-se mais capaz de reter água e nutrientes.

 

Folhas Secas são uma excelente fonte de carbono. Foto de Bruno Eduardo S. Martins

    Todos os restos orgânicos, sejam eles vegetais, animais ou fúngicos, se decompõem, servindo para a compostagem. Uns mais lentamente e outros mais rapidamente. O equilíbrio na proporção entre estes tipos de materiais é fundamental. No entanto, alimentar os microorganismos decompositores é mais fácil do que você imagina. Os microorganismos necessitam, para sua manutenção e crescimento, de materiais ricos em energia, como os carboidratos, e em nitrogênio, como as proteínas. Os demais, como sais minerais e outros nutrientes, são um brinde.

 

    Todo material verde, tenro e fresco é rico em proteínas, como por exemplo, a grama recém roçada, brotos, cascas de frutas, restos de comida. Da mesma forma, as tortas oleaginosas como a torta de mamona, de soja, de algodão, etc também são. No entanto, os materiais mais ricos em nitrogênio são os materiais de origem animal, como estercos, urina, farinha de sangue, de chifre e de ossos. Ainda assim, é perfeitamente possível equilibrar um composto sem produtos de origem animal, basta equacionar bem com os vegetais deste grupo.

    Os materiais ricos em energia são geralmente, aqueles secos e fibrosos, que contém muita celulose e lignina, eles nada mais são do que carboidratos complexos de origem vegetal e desta forma ricos em carbono, como as folhas secas, palhas, serragem, galhos, aparas, papel, etc.

    Para fazer um bom composto, rico em nutrientes, esta proporção de nitrogênio (proteínas) e carbono (carboidratos complexos) deverá estar o mais correto possível. Para isto, deverá ser utilizado a relação carbono/nitrogênio. O ideal para os microorganismos seria uma relação de 30/1 (trinta partes de carbono para uma de nitrogênio). Os microorganismos usam três partes de carbono, e eliminam duas partes, daí a relação final do composto ser 10/1. Quando esta relação for acima de 30/1, o processo fica muito mais demorado. Abaixo de 30/1, o nitrogênio se perde para o ambiente e pode até poluir.

    Para um melhor entendimento, uma pilha de serragem (alta relação c/n) demora a se decompor, isto porque há deficiência de proteínas. Um pilha de grama decompõem-se rapidamente pois a relação c/n esta abaixo de 30/1. Neste caso, há falta de materiais energéticos (fontes carbono). A maior parte do excesso de nitrogênio é eliminada sob a forma de amônia, provocando uma pilha de compostagem muito mal cheirosa.
 

2º parte

    Agora veremos uma receita simples de como executá-la. No início, você pode fazer o composto usando folhas secas, gramas roçadas e alguns materiais ricos em nitrogênio, como cascas de frutas, restos de verduras, cascas de ovos, borra de café, etc. Misture todo este material e procure calcular a relação c/n. A princípio, ninguém poderá dizer ao certo qual é esta relação, não fique preso a esta matemática. Comece logo que com o tempo, a prática te ensinará.

    Se o composto estiver muito seco, faça uma pequena irrigação, sem encharcar, apenas para umedecer um pouco. Assim como nós, ps microorganismos necessitam de água para seus processos biológicos. Depois de todo material misturado e úmido, monte uma pilha e cubra com plástico preto. Se você tiver um recipiente tampado, com cerca de 1 metro cúbico de volume, também servirá, embora possa ficar um pouco difícil de misturar. Em questão de horas, a temperatura no interior do composto começará a subir. Inicialmente a pilha deve pelo menos de 1 metro de largura, 1 metro de comprimento e 1 metro de altura. Após cerca 5 dias, quando a temperatura já estiver baixando, revire novamente. Nesta revirada, procure expor todo material ao ar para haver oxigenação, favorecendo assim os microorganismos aeróbicos e, se houver necessidade faça uma nova irrigação.

    Aguarde mais 5 dias e volte a revirar, repetindo todo o processo acima. Outros 5 dias e dedique-se a uma nova revirada no material. Após esta revirada, e se tudo estiver indo bem, você poderá observar que grande parte do material estará irreconhecível, com uma cor cinza escura. Refaça a pilha, e a temperatura voltará a subir. Assim que a temperatura e não voltar a subir você saberá que o composto está pronto (bioestabilizado).

 

Composto Pronto. Foto de Sinval Silva Braga Filho

    Você também poderá verificar que o material que deu origem ao composto não pode mais ser reconhecido. Ele tem um cheiro característico de composto, que não é forte nem fétido. A cor é escura e a textura é macia, não grosseira. Mas cuidado com indicações falsas, como por exemplo, o composto deixar de aquecer por falta d’água. Você pode achar que já está pronto, porém basta umedecê-lo para que volte a aquecer. Outra falsa indicação é quando fica muito tempo sem ser revirado. A temperatura baixa até se igualar com a externa, porém basta revirá-lo para que aqueça novamente.

 

    O seguinte teste pode também ajudar. Pegue uma amostra do seu composto, coloque esta amostra na palma da mão, e vá molhando até formar um “bolinho”. Aperte este “bolinho” com as duas mãos e esfregue, como se estivesse lavando as mãos com um sabonete. Abra as mãos e observe:
1- Palmas das mãos limpas – o composto esta cru,
2- Palmas das mãos levemente sujas – semicru
3- Palmas das mãos sujas de um preto brilhante – composto pronto para uso.

    Em qualquer um dos casos, lave as mãos numa bacia e verifique a cor da água.
1- Levemente amarelada – cru
2- Amarelada, ou marrom – semicru
3- Preta – composto pronto para uso.

    Assim que estiver pronto procure usá-lo todo e rapidamente, pois é neste momento que o composto estará liberando o máximo de nutrientes às plantas. Uma ótima maneira de utilizar o composto é aplicando em cobertura, em gramados e na projeção da copa de árvores e arbustos. Após a colheita, como no caso de uma horta ou no replantio de um canteiro, é possível também incorporar este composto no solo. Fazendo este processo sempre, logo seu canteiro estará excelente e muito produtivo. A quantidade de composto no inicio do plantio é de cerca de 3 quilos por metro quadrado. Em covas pode-se usar cerca de 5 quilos e em leiras também 5 quilos por metro linear.

    Para fazer sementeiras, peneire o composto e use em bandejas suspensas ou copinhos. Você também poderá utilizar o composto em vasos e jardineiras, misturando preferencialmente com terra comum de jardim.

    As plantas cultivadas com composto são plantas saudáveis, fortes e resistentes à doenças e pragas. As frutas, legumes e verduras, tem o sabor mais rico e diferenciado, além do maior valor nutritivo. A natureza, as plantas e sua família saem ganhando. Você recicla o que viraria lixo, o jardim fica bem nutrido e bonito e você colhe frutas, flores e verduras fresquinhas que você mesmo cultivou. Economiza o dinheiro que seria gasto em fertilizantes químicos e pesticidas e você ainda ganha saúde física e emocional com mais uma atividade maravilhosa no seu jardim. Afinal a jardinagem é uma terapia para todas as idades!

 

Vídeos

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   Compostagem Orgânica em Casa (HD)     Aprenda a fazer compostagem 100% vegetal e gere seu próprio adubo orgânico     Compostagem doméstica  
                 


 

 

 

 

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